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O POSITIVO DO ESPAÇO NEGATIVO

Nos variados tipos de arte, o espaço negativo refere-se ao espaço “em branco”, deixado intencionalmente para dar mais impacto ao que existe, ao que está retratado ou figurado. Assim, também na música, é especialmente importante, para realçar partes da composição, ou para “deixar respirar” a melodia.

Esta pausa, este vazio consciente permite elevar o que existe – por contraposição – e proporciona, acima de tudo, um momento para os nossos sentidos descansarem. Acrescenta-se valor à peça, ao retirar elementos.

 

 

A importância deste conceito aplica-se na casa, e influencia a forma como sentimos e experienciamos o nosso espaço. Pode ser tão impactante olhar para um vazio como para um estímulo visual. E é este equilíbrio que nos permite apreciar os dois – o estímulo e o vazio.

Sabe-se que o nosso cérebro está permanentemente a processar a informação – mesmo que de forma inconsciente – daquilo que observamos (textura, cor, tamanho, significado…). E que a informação excessiva é mais difícil de absorver do que quando agrupada em partes.

Ou seja, apesar do ser humano ter uma inclinação natural para preencher os espaços vazios, ironicamente cria uma distração visual para o que lhe é realmente importante. Assim, se tivermos uma parede branca, um intervalo, o repouso para o olhar, estamos a criar o negativo à volta do positivo – dando-lhe mais força.
Proporcionamos calma e tranquilidade.

Que lugar melhor que a nossa casa para nos presentear com essa paz?

Sugiro que, em vez de procurar preencher as paredes e os cantos vazios, considere aceitá-los. Em vez de procurar qual o quadro, ou o móvel que vai comprar a seguir, pense qual vai ser sítio que deixa em branco. Crie a oportunidade de apreciar o que é relevante.

Só com o negativo é que vemos o positivo.

 

 

Imagem: Negative Space Rocks

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