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O SÍNDROME DAS NOZES DA MACADÂMIA

 

Uma das minhas primeiras visitas à China em trabalho permitiu-me ter um contacto real com os costumes e gastronomia local, através de bancas de rua com os seus grelhados, sopas feitas na hora, fruta… tanta inspiração! Fiquei maravilhada com a riqueza e abundância daquilo que nós consideramos exótico.

Dessa viagem trouxe, entre outras coisas, uma bolsa cheia de nozes da macadâmia. Ricas, amanteigadas, sabor suave e textura fantástica. Como ainda vinham na casca, até comprei um utensílio próprio para as abrir.
Cheguei a casa, toda orgulhosa com a minha iguaria rara, para comer “em ocasiões especiais”. Lá ficou na dispensa, os meses foram passando, mudei de país, as nozes vieram comigo, mudei de país outra vez, e elas sempre atrás. À espera do momento certo para as saborear.
Até que, num dia normal, igual aos outros, decidi abrir o saco. “Eu mereço uma delícia, e hoje apetecem-me estas nozes! Finalmente vou abri-las!”. Pois bem. Abri-as.
E sabiam a velho. Sabor fechado durante demasiado tempo, textura seca e paladar desconsolado!

É isto que acontece quando esperamos demasiado tempo para usar e desfrutar de algo que consideramos ser “demasiado exclusivo” para os dias normais. O tempo passa, esquecemo-nos que aquilo existe porque está tão inacessível…e o que era tão especial perde a graça e o encanto.

 

 

Já se cruzaram com algum item que por alguma razão guardam para uma ocasião especial? Um momento importante no futuro… não há data específica, mas sabem que quando chegar esse momento, vão querer usar esse item.
Ora, não esperem demasiado tempo, não vai haver um sinal secreto em como é altura ideal para usar o “trunfo”.

Abram aquela garrafa, usem esse vestido ou aquele bâton, tirem a toalha bonita da gaveta para um jantar de semana.
Aprecie o que tem de bom. De qualquer das maneiras, quando houver um evento especial, já vai saber bem por si só.